Open House Porto

12 Jardins do Palácio de Cristal Porto Espaço Público Séc. XIX Émile David Séc. XIX Dom 15h e 17h, Arq. Paisagista Beatriz Truta / Dom 16h e 18h, Arq. Paisagista Catarina Teixeira reservas marcação pré-marcação Os Jardins do Palácio de Cristal são um dos locais de lazer mais importantes da cidade do Porto desde a sua construção. Estes jardins, com projeto inicial do Arq. Paisagista Émile David (Séc. XIX), relacionavam-se com o edifício que dá nome ao local, demolido em 1951 para a construção do Pavilhão dos Desportos (hoje Super Bock Arena - Pavilhão Rosa Mota), projeto do arquiteto José Carlos Loureiro. Os jardins perduram e este conjunto é hoje composto por jardins temáticos, com fontes, lagos, estátuas e miradouros sobre o rio Douro. Para além do Jardim Émile David, que nos recebe assim que passamos os portões, são também dignos de visita outros espaços que compõem o conjunto, como a Avenida das Tílias (ladeada pela Biblioteca Almeida Garrett), a Concha Acústica, a Gruta de Camões ou a Capela Carlos Alberto. Os Jardins do Palácio de Cristal, prolongam o seu ambiente romântico na Quinta da Macieirinha e na Quinta Tait, com jardins recheados de rosas e camélias.

15 Jardim do Morro Vila Nova de Gaia Espaço Público 1900 – 1950 Capitão João Pombeiro / Nuno Oliveira, Francisco Saraiva e Nuno Cunha Gomes 1927 / 2017 Dom 10h, Arq. Paisagista Ricardo Gomes / Dom 11h, 12h e 13h, Historiador Gonçalves Guimarães reservas marcação pré-marcação Espaço público criado em 1927, resultou do desbaste da parte poente do plinto granítico da Serra do Pilar coroado pelo complexo edificado do Mosteiro do mesmo nome. Na parte demolida existiam fortificações erguidas após a transformação do espaço monástico em reduto militar decorrente do Cerco do Porto (1832-1833). Porém o primeiro desbaste começara antes numa estreita secção alinhada entre o tabuleiro superior da Ponte D. luís I e a avenida Campos Henriques, que em 1908 já permitia a passagem do elétrico sem este ter de contornar “o Morro”. O projeto teve desenho do capitão João Oliveira Pombeiro e foi executado pela célebre firma de construtores de jardins e fornecedores de plantas Alfredo Moreira & Filhos. Ao “maciço” central, beneficiado com lago, gruta e mirante, foi depois acrescentado um plinto com pérgula para coreto. [J. A. Gonçalves Guimarães] - - - Alvo de uma intervenção de requalificação recente em 2017, o Jardim do Morro conta já com uma história quase centenária. Este é um feliz exemplo de um espaço em que temos acesso ao projeto original de 1927, numa planta à escala 1/500 assinada pelo Capitão de Engenharia João Oliveira Pombeiro e com a chancela do Horto Alfredo Moreira da Silva & Filhos. Pode-se assim analisar as intenções originais dos projetistas e da requalificação, entendidos à luz das práticas e intuitos de cada época. Constitui um exemplo bastante tardio (juntamente com o seu contemporâneo Jardim d’Arca d’Água no Porto) de uma escola de Jardineiros Paisagistas que se desenvolve na Zona Norte do país desde a Exposição Internacional do Porto de 1865. Faz parte de um grande movimento de salubrização do espaço público e promoção da horticultura seguindo modelos decorativos e de morfologia de traçado muito inspirados pelos jardins da Paris Haussmanniana. [Ricardo Gomes]

9 Parque da Cidade Porto Espaço Público 1950 – 2000 Sidónio Pardal 1993 Sáb 10h, Arq. Paisagista Cláudia Fernandes / Sáb 11h, Geógrafo Álvaro Domingues / Sáb 12h, Arqs. Paisagistas Ana Catarina Antunes e Paula Graça Antunes / Sáb 13h, Arq. Paisagista Sidónio Pardal reservas marcação pré-marcação Em 1982, a convite da Câmara Municipal do Porto, iniciam-se os trabalhos de concepção do Parque da Cidade do Porto. Este trabalho, desenvolvido no âmbito da Universidade Técnica de Lisboa, permitiu um aprofundamento dos estudos sobre a História da Arquitectura Paisagista em geral e sobre os Parques Urbanos em particular. O projeto foi acompanhado de estudos sobre a História da Arquitectura Paisagista, com destaque para a Escola Paisagista Inglesa, a obra de Pückler na Alemanha, a obra de Olmsted e a de Jens Jensen nos EUA, entre outros. O projecto foi objecto de uma exposição, com publicação de catálogo, na Casa do Infante, em Março de 1984. Em 2003, a revista do Expresso, n.º 1575, de 4 de Janeiro, distinguiu o Parque da Cidade como um dos "30 Motivos de Orgulho Português" e a Ordem dos Engenheiros, em 2001, seleccionou o Parque da Cidade do Porto como uma das 100 Obras do Século XX, em Portugal. [Sidónio Pardal]

2 Parque Urbano de Moutidos Maia Espaço Público 2000 – Presente - / João Álvaro Rocha, Ana Paula Neves Manuel Pedro Melo - / 2001 Sáb 15h, 16h e 17h, Arq. Elia Bernardos / Sáb 18h, Arq. Paisagista Mónica Gandra reservas marcação pré-marcação O Parque de Lazer de Moutidos tem muitos significados para além daqueles que se podem constatar numa simples visita ao local. Constitui mais que a transformação de um vazadouro de detritos num local aprazível. João Álvaro Rocha cerziu, naquele que caracterizou em 1997 como um “território marcado por fortes tensões entre a malha construída recente, pequenas áreas arborizadas e outras de uso agrícola”. Respondeu a cada um destes contextos com o desenho de limites de naturezas diferentes. No seu interior, repetiu um elemento base que se altera de acordo com os diferentes usos, à semelhança do seu entendimento do processo de construção da cidade. Mas aquilo que talvez se possa sentir na visita, e que é verdadeiramente a concretização plena do projeto, é o orgulho das gentes que ali vivem, a dignificação dos espaços circundantes num raio de influência que ultrapassa o perímetro próximo, constituindo-se como um catalisador social, tão procurado nestes tempos que vivemos. [Elia Bernardos]

4 Zona Desportiva da Cidade – Parque Maia Maia Espaço Público 2000 – Presente Laura Roldão e Costa, Arq.ª Paisagista (LR - Arquitectura Paisagista) 2018 Dom 15h, 16h, 17h e 18h, Arq. Susana Carvalho (Divisão Edifícios e Equipamentos Câmara Municipal Maia) e Dr. Paulo Queirós (Divisão Desporto Câmara Municipal Maia) reservas marcação pré-marcação O Parque da Maia é uma área que encontrou, com naturalidade, a sua inserção no território urbano. O parque configurou-se como o espaço qualificador e agregador de uma série de equipamentos implantados no grande quarteirão da Zona Desportiva da Cidade inscrito pelos seguintes arruamentos: Avenida Luís de Camões, Avenida Altino Coelho, Avenida D. Manuel II e Rua José Rodrigues da Silva Júnior. A capacidade qualificadora e agregativa do parque está relacionada – quase exclusivamente – com a sua condição de “espaço verde”. Aqui, a palavra “verde” significa uma espécie de matéria vegetal que se pode moldar e conformar no espaço de modo tão diverso como peculiar, pois essa matéria é nas suas qualidades física e biológica, tão variada quanto particular. Para além disso, “verde” também quer significar um certo sistema de categoria de espaço não edificado da cidade, como área sem densidade de construção – em grande parte, com solo permeável, mas também com pavimentos duros de betão e pedra destinados à circulação recreativa – e como área de descompressão de outras zonas da cidade relacionadas com o stress quotidiano, no sentido de garantir um suporte espacial para um amplo conjunto de outras atividades que promovem o bem-estar físico e mental das populações. Para o novo ordenamento foram importantes as modelações da topografia, a geometria dos percursos pedonais, a inclusão de mais instalações desportivas (cobertas e a céu aberto) e, sobretudo, a valência plástica dos elementos vegetais, quais formas verdes, cuidadosamente selecionadas e implantadas para conformar uma espécie de orgânica agregadora do todo. [Sérgio Filipe Pinto Amorim]

7 Marginal de Matosinhos Matosinhos Espaço Público 2000 – Presente Eduardo Souto de Moura 2002 Dom 10h, Arq. João Quintão / Dom 11h, Arq. Adriano Pimenta / Dom 12h, Arq. Nuno Graça Moura / Dom 13h, Arq. Luís Berrance reservas marcação pré-marcação Para ordenar visualmente a frente de Matosinhos Sul o arquiteto criou uma extensa plataforma retangular revestida a lajes de granito com 19m de largura e 740m de extensão que permite percorrer a pé, em bicicleta ou skate, e estabelecer um claro limite à extensão de areia da praia, reafirmado pelo banco em pedra maciça. Nesta, cinco equipamentos, como objetos soltos no seu isolamento e clara definição geométrica, estão previstos para acolher dois restaurantes, uma piscina, uma escola de desportos e discoteca e um apoio de praia. Do lado urbano, uma via motorizada e um passeio de 9m de largura possibilitam também o acesso ao estacionamento subterrâneo para 250 automóveis e delimitam a frente dos quarteirões que se rematam com faixas ajardinadas (…). A cuidadosa pormenorização e o mobiliário urbano, na sua simplicidade formal e redução de materiais, completam a coerência do todo (…). O limite sul desta intervenção é a já existente rotunda dominada pela obra da artista Janet Echelman, Sea Changes. A norte, a plataforma termina numa zona com vários jardins públicos já junto ao porto de Leixões. [Michel Toussaint]

14 Parque de S. Paio Vila Nova de Gaia Espaço Público 2000 – Presente Sidónio Pardal 2021 / a decorrer Sáb 15h, Arqs. Paisagistas Ana Catarina Antunes e Paula Graça Antunes / Sáb 16h, Arq. Paisagista Sidónio Pardal / Sáb 17h e 18h, Arq. Paisagista Helena Pereira reservas marcação pré-marcação Se, por regra, um parque cria paisagens interiorizadas que descontinuam a formalidade rígida do edificado na malha urbana, explorando o contraste entre a geometria dura e precisa das construções e a irregularidade orgânica que persegue o imaginário do belo-natural, no caso da I fase do Parque de S. Paio a singularidade cénica do local, plasmada na foz do Douro, impôs-se e, em vez de se interiorizar o espaço deste primeiro troço do vale, procedeu-se a uma modelação que eleva o plano do antigo campo agrícola para formar uma colina de relevo ondulado suave espraiada em forma de anfiteatro aberto ao campo panorâmico da Foz. O projeto paisagístico reconhece e respeita a prevalência deste campo panorâmico e enfatiza-o criando no parque uma dominância de pontos de vista privilegiados que são tratados quase como mirantes. Ao longo do percurso marginal, entre o parque e a estuarina sente-se a unidade exposta do amplo campo panorâmico que agrega em harmonia o que se p como selvagem e o que é obra de arquitetura posta em arte. [Sidónio Pardal]

16 Parque da Lavandeira Vila Nova de Gaia Espaço Público 2000 – Presente - / Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia Séc. XIX / 2005 / 2021 Dom 15h, Arq. Paisagista Ricardo Gomes / Dom 16h, 17h e 18h, Biólogo Henrique Nepomuceno Alves reservas marcação pré-marcação A Quinta da Lavandeira foi uma antiga propriedade agrícola e de recreio, pertencente a Joaquim da Cunha Lima Oliveira Leal, que a vendeu ao conde António da Silva Monteiro (1822-1885). O conde Silva Monteiro teve grandes negócios no Brasil e foi presidente da Associação Comercial do Porto entre 1875 e 1877. O Parque da Lavandeira, como parque urbano de recreio e lazer, abriu ao público em agosto de 2005, resultando da aquisição pelo Município de Vila Nova de Gaia da antiga Quinta da Lavandeira. A vegetação pré-existente foi pda, plantou-se um labirinto e construiu-se um lago. Em 2021 o parque foi ampliado em cerca de 30%, incorporando uma imponente estufa neogótica do século XIX, com 24 metros de frente, 12 de altura no centro e 12 de profundidade que será restaurada. Conta igualmente com um antigo lago romântico de grande dimensão, onde há dois séculos se passeava de barco. A presença de árvores de grande porte, nomeadamente tulipeiros enormes, magnólias, canforeiras e camélias muito antigas, remete para a flora própria dos grandes jardins da época.